sábado, 30 de abril de 2011

Nadal e o saibro

Hoje segue minha primeira postagem sobre tênis. Nada mais pragmático do que falar sobre Rafael Nadal, mas é assim que vou começar.




Rafael Nadal é um chato. Por mais que eu, como saibrista que tentei ser, admire seu jogo, sua força e sua raça, já deu, né? Tudo que fica fácil demais de ser imaginado, se torna tedioso.

Estar diante de um tenista que pode ser considerado como o maior jogador de saibro da história pode ser positivo por um lado. Existe aquela frase batida que diz: “Vou poder contar para os meus netos que vi o Nadal, o maior de todos os tempos no saibro, jogar”. Legal, vai mesmo. Mas isso também é negativo por outro lado. A previsibilidade tira a emoção do esporte, tira a vontade de assistir. Saber que Rafael Nadal estará em quadra num torneio no saibro, seja ele Roland Garros, Monte Carlo, Roma, Madrid ou outro qualquer, significa que você vai assistir, muito provavelmente, a um massacre. Em outras superfícies pode até ser que você tenha alguma chance de ver o espanhol perder, mas no saibro está difícil.

Entendam, por favor, existem muitos ”anti-Nadal” por aí, pessoas que dizem ser feia maneira de jogar do espanhol, dizem ser um golpeador, um defensivo, um covarde, um anti-tênis clássico. Não é o meu caso, não torço contra ele, mas confesso que gostaria de um pouco mais de equilíbrio.

Nadal tem apenas 24 anos e começou a jogar torneios de alto nível em 2005. Desde então, não para de vencer. Vamos a alguns números do espanhol nos 4 torneios mais importantes no saibro (Roland Garros, Monte Carlo, Roma e Hamburgo, que foi substituído por Madrid).

Torneios Disputados - 23
Títulos - 19 (5x Roland Garros, 7x Monte Carlo, 5x Roma, 1x Hamburgo, 1x Madrid)

Jogos Disputados - 122
Vitórias - 118
Derrotas - 4 (Final de Hamburgo em 2007 para Roger Federer / 1ª rodada de Roma em 2008 para Juan Carlos Ferrero / 8ªs de final de Roland Garros em 2009 para Robin Soderling / Final de Madrid em 2009 para Roger Federer).

Desde o início do ano de 2010, foram 5 torneios de alto nível no saibro jogados, com 5 títulos. 27 jogos, 27 vitórias e apenas 3 sets perdidos.

O jogador mais próximo de Nadal no saibro, atualmente, é o também espanhol David Ferrer. Mas mesmo Ferrer não consegue ser páreo para o compatriota.

Quem conseguirá derrotar Nadal no saibro?

Não é à toa o apelido de Raging Bull, numa alusão ao filme O Touro Indomável, de Martin Scorsese. São raras as vezes em que se terá a oportunidade de ver Rafael Nadal ser derrotado, mas, mesmo quando isso acontecer, você não o verá cair.

sábado, 23 de abril de 2011

Sua Santidade Pixinguinha

Queridos (poucos) leitores, peço desculpas pela "escapada". Pela ordem, essa postagem deveria ser sobre tênis, já que a primeira foi sobre cervejas e a segunda sobre samba. Porém esta será uma postagem extraordinária. Prometo que dificilmente sairei da ordem, como hoje.

O motivo dessa "escapada" de roteiro se chama Alfredo da Rocha Viana Filho, aniversariante do dia 23 de abril (assim como meu querido irmão Breno Scorza). Nascido em 1897, o vulgo Pixinguinha estaria hoje completando 114 anos. Não é por acaso que o Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril.



Flautista, saxofonista, compositor e um dos maiores arranjadores brasileiros. Integrou conjuntos famosos e importantes da primeira metade do século XX, como o Caxangá, os Oito Batutas e o Regional Benedito Lacerda. Criou arranjos avançados e inovadores para intérpretes de peso, como Mário Reis e Chico Alves. Compôs choros imortalizados, como Carinhoso, Um a Zero, Lamentos, Naquele Tempo, Sofres porque queres.

Pixinguinha elevou a música popular brasileira a um nível de erudição quase que inimaginável. Improviso, arte, técnica, tudo junto. Seu nome ficará gravado para sempre no espaço dos "sobre humanos", aqueles que fazem acontecer o que parece ser impossível.

No link abaixo segue vídeo onde Pixinguinha é acompanhado por Benedito Lacerda, João da Baiana, Donga, Bide e outros. Relíquia sagrada.
http://www.youtube.com/watch?v=wrmR82_CnEA&feature=share

Vinicius de Moraes, com sua inteligência tamanha, sabe do que fala: "...Pixinguinha, eu acho que é o próprio Deus em pessoa. Pixinguinha é um santo. Se houvesse uma igreja brasileira, creio que Pixinga seria canonizado em vida."

Parabéns, grande mestre do choro. A música do povo agradece pelo toque divino.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cartola e o Feriado na Roça

Aqui segue minha primeira postagem sobre samba... haja responsabilidade! Pra começar: Cartola!

Quando se fala em Angenor de Oliveira, o Cartola, pensa-se no lado carnavalesco ou então no lado harmonioso e melodioso dele. Não é para menos.
Cartola foi um dos fundadores de uma das mais importantes e tradicionais agremiações do carnaval carioca, a Estação Primeira de Mangueira, em 1928. Para a Mangueira Cartola dedicou boa parte de sua vida, compondo sambas de terreiro e sambas de enredo. Foi campeão com a verde e rosa por várias oportunidades.
Cartola também compôs sambas antológicos, lembrados até hoje, os quais o configuram como um dos maiores sambistas que já existiram. Em minha humilde opinião, o 2º maior.



Mas não estou aqui para falar do que é conhecido no Cartola, mas sim do que é surpreendente nele.
Poucos foram aqueles que conseguiram fazer arrepiar tanto quanto Cartola. Jogar emoções numa música com tanta simplicidade, sutileza e verdade não é pra qualquer um. E é nesse sentido que escrevo sobre a música "Feriado na Roça", para mim uma das mais bonitas dele. O mais incrível é que é uma canção, não é um samba.

Cartola conseguiu colocar numa mesma música uma série de sentimentos, sempre com a mesma voz calma. Seguem-se surpresa, felicidade, ansiedade, decepção, tristeza, ódio, insanidade e indiferença, nessa ordem. Tudo isso em breves 2 minutos e 35 segundos. Para ouvirem e constatarem, segue o link abaixo. É só procurar a música Feriado na Roça e clicar para escutar (é a 3ª música da lista).

http://www.radio.uol.com.br/#/artista/cartola/1784

É por músicas como esta que Cartola foi um ser incomparável. Beleza sublime. O resto é cópia, das mal feitas!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Belo Horizonte - Frei Tuck

Embalado pela iniciativa do meu grande amigo Bernardo Piñeiro, começo a escrever por aqui.
Já que a iniciativa foi tomada ontem à noite, nada melhor do que começar escrevendo já hoje.
Aproveitando a estadia na aprazível cidade de Belo Horizonte (a trabalho, é claro), escrevo a primeira postagem sobre cervejas... visitei o bar Frei Tuck, dica tirada de sites especializados em cervejas especiais e importadas.

Localizado em esquina agradável. A iluminação é baixa e as paredes são todas em madeira, trazendo um ambiente obscuro. O rock tocando em volume absurdamente alto foi o único ponto negativo do lugar.

Iniciei com um chop Wäls Quadrupel. Delicioso. R$10 muito bem pagos.
Para petiscar pedi um mix de lingüiças (vitela e lombo). R$22 para um petisco bem servido, bem apimentado e muito bem acompanhado por dois tipos diferentes de mostardas.
Em seguida fui para os chopes da microcervejaria Küd Bier. O primeiro foi o Witbier. Definitivamente Witbier não é meu tipo favorito de cerveja, haja visto que não gosto da tão falada e conhecida Hoegaarden. Tem leveza em demasia, um gosto suave de tangerina lá no fundo que não consegue salvar o quase aguado desse chope. R$3,90 – pelo menos não foi caro.  O segundo pit stop foi o Kashmir. Esse sim! Malte pouco torrado, amargor interessante e espuma que deixa aquele gosto de “quero o próximo gole”. Muito bom, extremamente recomendado. R$4,90 muito bem alocados.
Pra terminar a noite na capital mineira, nada melhor do que prestigiar o estado mineiro com a pedida de uma Backer de trigo. Certamente as cervejas de trigo são as que mais me agradam e o fim da noite no Frei Tuck estava pedindo uma nesse estilo. Cerveja suave, com aromas frutados, muito gostosa. Recomendada. R$7.90 muito bem gastos.
Enfim, uma noite muito agradável. Agora é hora de dormir porque amanhã tem trabalho pra fazer...

Segue a dica: Frei Tuck - Avenida do Contorno, 5757 - Savassi - Belo Horizonte - MG