domingo, 29 de maio de 2011

Curso de Produção de Cerveja Caseira

Ontem, 28/05, foi um dia extremamente especial. Acompanhado pelos amigos de longa data Bruno Kuhl e Marcelo Villela, vulgos Batata e Porco, realizei o tão esperado Curso de Produção de Cerveja Caseira.

Como muitos sabem, sou um aficionado pelas cervejas importadas e artesanais. Estou, inclusive, escrevendo uma monografia sobre o assunto e um futuro nesse ramo não é algo fora das minhas espectativas, mas ainda há muito para se levar em consideração. A realização do curso pode ter sido o primeiro passo para que essa ideia comece a sair da cabeça e ir para a prática.

Nosso professor foi o Leonardo Botto, fundador e presidente da ACerva Carioca (Associação de Cervejeiros Artesanais Cariocas), também dono da Botto Bier e consultor de cervejas. O local foi um grande e belo sítio na Estrada do Joá, onde o curso se dividia na parte teórica, realizada dentro de um grande salão, e na parte prática, do lado de fora.


O início foi às 9 da manhã, pontualmente, e o término foi às 9 da noite. 12 horas ininterruptas falando e aprendendo sobre o processo produtivo caseiro de cerveja. A parte da manhã foi recheada de conhecimentos teóricos e de história da cerveja. Além disso, tivemos uma breve noção da quantidade e da diversidade de equipamentos necessários para tal. Foi o primeiro ponto de impacto. Mas tudo pode ser contornado com um pouco de criatividade e improviso.

Às 11hs tivemos nosso coffee break, recheado de linguiças, dando-se início à degustação de cervejas.
Botto levou 5 galões de chopp artesanais: uma Rauchbier (cerveja defumada, preparada pela última turma que realizou o curso), uma Pilsener, uma Pale Ale, uma Schwartzbier e uma Weizen (essas 4 preparadas por ele). Um total de 160 litros de chopp, mais as cervejas de garrafa que ainda foram distribuídas ao longo do dia.


No momento em que a água que estava na caldeira chegou à temperatura desejada, é hora de despejar os grãos de cevada que foram previamente moídos. Feito isso, fizemos a brassagem, etapa importante, onde se homogeiniza a temperatura da mistura (água e cevada), criando-se o mosto, um líquido adocicado e, obviamente, quente, parecendo um chá.


A tarde começava e a teoria continuava, sempre acompanhada de cerveja. Hora era uma de trigo, hora era uma escura de malte torrado, hora uma Pale Ale... 


Botto continuou a nos explicar as centenas de milhares de variáveis que existem no processo produtivo, gerando muitas dúvidas e muitas incertezas se seria realmente viável. Mas, depois, a prática sempre vinha para dar uma aliviada na tensão e nas dúvidas que surgiam.
Resumindo: a prática é muito mais simples que a teoria. A base teórica é extremamente importante para quem quiser crescer no mercado, mas para produção caseira, um bom conhecimento da prática basta.
Começamos, então, o processo de filtragem do mosto. Ao fim desse processo, todo o cereal utilizado (seja ele cevada, trigo, arroz, aveia, milho, etc) fica depositado na panela e é retirado, ficando apenas líquido e um resíduo, que sofre uma refiltragem para ser totalmente retirado.


Após o processo de filtragem, é hora de se adicionar o(s) lúpulo(s) desejado(s) para conferir sabor, aroma e amargor. O lúpulo usado, normalmente, não é em flor, mas sim em pellets, para facilitar a absorção.
A figura do lúpulo peletizado segue abaixo, apenas a título de curiosidade.


Depois da extração das características do lúpulo, realiza-se um resfriamento, via chiller improvisado de tubo de cobre enrolado, formando uma serpentina. Entra a água fria por um lado e sai água quente pelo outro, resfriando mistura.

Depois de resfriada a mistura, é hora de retirar o líquido que já possui cor e aroma característicos. A extração é feita pela torneira existente na parte de baixo da panela, diretamente para um balde.


Depois disso, é hora de adicionar o fermento. Ali mesmo, no balde.


A fermentação é a parte mais importante da produção da cerveja e, curiosamente, é a que precisa de menos interferência humana. São as leveduras que vão trabalhar agora. Vão se alimentar dos açúcares existentes na mistura, produzindo álcool. De todo modo, é uma parte que necessidade bastante controle e atenção, a contaminação é perigosa e iminente, e existe um tempo adequado para manter a mistura fermentando. A análise da quantidade de açúcar ainda existente na mistura é necessária, pois quando acabar o açúcar, acaba o alimento das leveduras e é hora de passar para a fase de maturação.
Porém, como o processo de fermentação demora, em média, 6 ou 7 dias, teremos que esperar para saber como ficou nossa American Indian Pale Ale.


Após o término da fermentação, o período de maturação ainda levará cerca de 2 semanas, portanto somente daqui a umas 3 semanas seremos chamados pelo Mestre Cervejeiro Leonardo Botto para provarmos a receita.

Sumário do dia e do curso: o aprendizado é excelente, a vontade que fica é de começar a fazer a própria cerveja, as dúvidas ainda são muitas, mas o material de apoio e o contato do próprio Botto estão aí pra ajudar e o mais importante de tudo - ficar em pé no final não é tarefa pra qualquer um! Haja cerveja!

Muito obrigado aos amigos Porco e Batata pela companhia, mesmo que embriagada. Muito obrigado ao Leonardo Botto pelos ensinamentos.



E agora é partir pra análise de equipamentos e de lugar pra colocar essa tralha toda.
Depois é só começar a fazer nossas cervejas próprias!

sábado, 14 de maio de 2011

Vagão Beer and Food - Próxima Estação: Itaipava

Escrevo hoje sobre o melhor lugar para se tomar cerveja no estado do Rio de Janeiro, em minha opinião. Chama-se Vagão Beer and Food, localizado no Shopping Estação, em Itaipava-RJ. Talvez até existam outros lugares com uma carta tão vasta quanto ou maior, ou com mais raridades ou especialidades, mas o que vale lá é o conjunto.

Uma cerveja precisa de um bom acompanhamento para ser degustada. Não é só sair bebendo. E são poucos os lugares que conseguem combinar tão bem o que se come e o que se bebe.

Além da imensa variedade, onde encontram-se cervejas de todos os cantos do mundo: Bélgica e Alemanha lideram a lista de variedades, mas há especiais brasileiras, argentinas, uruguaias, holandesas, australianas, americanas, canadenses, gregas, lituanas, francesas, inglesas, irlandesas, mexicanas, japonesas e algumas outras.



Para acompanhar, os petiscos também são divididos por países. Pode-se pedir comidas típicas de vários países do mundo, como a carne seca acebolada brasileira, o mix de salsichas alemãs, os bolinhos de bacalhau portugueses, steaks australianos, costelas inglesas, chorizo argentino e muitos outros.

O ambiente é outro atrativo à parte. O restaurante tem uma parte "normal" e outra que simula um vagão de trem. Simula não, é um vagão de trem de verdade localizado dentro de um shopping! As mesas ficam nas laterais do vagão, com um corredor central por onde os garçons de movimentam. Esse ambiente faz toda a diferença, faz você se sentir num lugar realmente distinto, onde não se pode ir todos os dias.

O preço, como em todos os lugares que disponibilizam uma vasta carta de cervejas, é elevado, mas vale muito a pena conhecer. Esse lugar será, com certeza, visitado por mim em todas as oportunidades que tiver.

http://www.vagaobeer.com
Estrada União Indústria, 11.000 - Loja 105 A - Itaipava-RJ
ou
Avenida Lúcio Meira, 855 - Teresópolis-RJ

quinta-feira, 5 de maio de 2011

À caça no Otto

Fui ao Otto com minha digníssima conhecer a tal da Temporada de Caça. Pra alguém que gosta de carnes de caça, como eu, já estava mais do que na hora.

O evento segue a tradição da Alemanha e da Suíça e consiste em trazer carnes pouco usuais nos cardápios cariocas, como javali, capivara, codorna, rã, lebre, marreco, cateto, queixada, paca e até jacaré.

Os valores são um tanto quanto salgados e, por isso, não deu pra desfrutarmos de tudo que gostaríamos. Resolvemos, então, partir pra um esquema de uma entrada e 2 pratos individuais, onde cada um comeria a metade. É sempre uma tática interessante. A quantidade fica boa e dá pra provar uma variedade maior.

A entrada escolhida foi uma carne, muitas vezes, negligenciada. Eu, inclusive, nunca havia provado carne de rã. Um absurdo! Absurdo mesmo porque a carne agradou bastante. Branquinha como a de frango, porém mais leve e suave.

Elas (eram 2) vieram desmembradas e com um molho muito gostoso. Ótima pedida: Rã à Dusseldorf - frita na manteiga com molho de gengibre, mel e vinagre.

Depois partimos pra escolha dos pratos principais. A minha escolha foi "jogo rápido". Quando vi o filé de javali dando bobeira, não pensei duas vezes. E, sem dúvidas, pra mim foi o melhor de tudo. A carne de javali é umas das mais gostosas que existe. Parece com a de porco, mas é menos gordurosa e macia. Bom demais. Filé de Javali ao molho de funghi, manteiga e ervas com arroz à piamontese.


Já a Samylla teve um pouco mais de trabalho na escolha. E, no final, mandou muito bem também. Apesar de não ser carne de caça, babe beef é sempre babe beef. A foto abaixo engana um pouco, dá a impressão de queimado, mas nada disso! Estava muito bem cozido ao ponto e com o grande chamariz de um arroz de cheddar, que eu nunca havia visto em restaurante algum. Para 2 queijólatras, praticamente uma obrigação pedí-lo.
Babe Beef com arroz de cheddar.


Enfim, se puderem ir ao Otto para conhecerem a Temporada de Caça, ela acontece até o dia 15/05 e vale muito a pena. O Otto é um lugar extremamente agradável e com boa música (não é sempre que tem), o que é um fato raríssimo hoje em dia... O preço é sim um pouco salgado, mas a experiência é válida.
Endereços:
Rua Uruguai, 380 - Tijuca
Estrada da Barra da Tijuca, 1636 - Espaço Itanhangá - Barra da Tijuca